ESCOLA DA FANTASIA
A escola da fantasia despreza a quem ela mais precisa o professor. Esta é a escola defendida pelos governadores e políticos autores da ADIN, ação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF),para que seja declarada a inconstitucionalidade do PISO DO LULA. Ação essa, que avacalha o piso do Lula, mexe nos direitos conquistados pelo magistério brasileiro,usurpa o piso real do Lula,que é uma conquista dos professores do Brasil,conquista essa de mais de quarenta anos de luta do magistério brasileiro comandado, pelos sindicatos dos professores estaduais do Brasil juntamente com a Confederação Nacional dos Professores do Brasil(CNTE). Por isso, nós professores, não aceitamos a liminar do governador querendo considerar a nossa greve ilegal. A nossa luta pelo piso dado pelo presidente Lula, pelo nosso Plano de Carreira e Remuneração e demais conquistas, é totalmente legal. Ilegal, imoral, inconstitucional é querer usurpar o piso dado pelo presidente Lula. Piso esse, que reconhece o trabalho do professor, valorizando-o salarialmente, profissionalmente e socialmente. Profissional este, que ao longo dos anos, teve os seus salários corroídos, congelados e usurpados pelas políticas educacionais dos presidentes antecessores ao Lula. Estas medidas objetivando usurpar o piso do Lula, as nossas conquistas e querendo considerar a nossa greve ilegal, só tem gerado indignação, raiva e revolta na educação do Ceará e do Brasil. A APEOC, juntamente com todos os sindicatos e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, vão continuar lutando para que a Justiça do Ceará corrija a injustiça de querer massacrar uma categoria que está em luta para garantir os seus direitos, inclusive o de greve. Só vai acontecer uma revolução na educação do Ceará e do Brasil, transformando escolas fantasias em escolas reais, quando os governadores,os prefeitos e os políticos aprenderem a respeitar, valorizar e reconhecer os professores,suas lutas e suas conquistas salariais,profissionais e sociais.Para transformar a escola fantasia em escola real,é preciso repensar a escola em sua totalidade administrativa,pedagógica e financeira.Para que a escola seja de qualidade real e não fictícia,necessário se faz mudanças imediatas em toda sua estrutura administrativa,pedagógica , financeira,social, política e econômica . Não se pode falar em escola de real qualidade com as mazelas que perduram até hoje em nossas escolas. Professores sem salários dignos. Professores temporários, terceirizados, sem garantias, sem direitos trabalhistas, bóias frias da educação. Professores com Planos de Carreira e Remuneração ultrapassados, desatualizados. Falta de concurso público para garantir o acesso ao magistério somente através dele, evitando desta forma a politicalha pedagógica. Salas de aula com excesso de alunos. Falta de qualificação real e efetiva dos professores, de maneira que permita o acesso dos mestres não só na pós-graduação, mas também no mestrado e doutorado. Excesso da jornada de trabalho, não permitindo aos mestres tempo para estudar, pesquisar e relaxar. Esse excesso de trabalho tem levado os educadores ao estresse e a diversos tipos de doenças, inclusive ao “teacher burnout”.A falta de uma previdência real que garanta aos mestres o zelo e a garantia de sua saúde,sem restrições de consultas e exames médicos. Carência de materiais pedagógicos em todos os níveis. Faltam de profissionais de apoio pedagógico, psicólogos, psicopedagogos, supervisores, orientadores e técnicos em educação. A manipulação de grupos gestores e organismos colegiados tem sido um entrave na implantação de uma escola democrática. Para que a escola seja real e não fantasiosa é preciso curar essas mazelas. Para que isto aconteça é preciso reconhecer, assegurar e resguardar os direitos do magistério brasileiro. Abaixo os politiqueiros da ADIN,que querem implantar o piso pirata e a educação pirata.Não é a toa que esses governadores estão sendo considerados, chamados pela categoria de traidores dos professores do Ceará e do Brasil .inimigos da educação brasileira. O Piso da ADIN, ou seja, o piso pirata é o piso dos pinóquios da política brasileira é o piso dos governadores que estão distanciados da realidade social, salarial, econômica dos professores do Brasil e que desejam que os mesmos façam parte de uma categoria em extinção, terceirizada, temporária e desvalorizada. É preciso que estes governadores saibam que investimento real na educação se faz investindo na formação dos professores, na carreira deles, respeitando suas especificidades profissionais.
Paulo James Queiroz Martins
pjqm@ibest.com.br