sexta-feira, 29 de outubro de 2010

EDUCAÇÃO PÚBLICA DE SÃO PAULO NA UTI

Sexta-feira, 29 de outubro de 2010




                        Em matéria intitulada Educação Sem Remédio, publicada na revista Carta Fundamental N°21 / Setembro de 2010 de autoria de Dulce Cristelli,doutora em psicologia da educação,professora do departamento de filosofia da educação da PUC-SP e terapeuta existencial.

Ela pede para a gente ficar atento quando algum professor comentar que a sua profissão está deixando-o louco. Ensinar adoece? Segundo pesquisa que está sendo realizada pelo Departamento de Saúde do Servidor (DSS), da Secretaria Municipal de Gestão e Desburocratização de São Paulo, é crescente o número de professores acometidos por problemas psiquiátricos.

                         Dos 55 mil professores da rede municipal de São Paulo, 16 mil (30%) estão afastados por motivo de saúde. Destes 16 mil professores afastados para tratamento de saúde, 4,9mil (cerca de 10%), foram afastados por transtornos mentais e comportamentais. Os demais foram afastados por causa de doenças osteomusculares,lesões por esforço repetitivo e doenças do aparelho respiratório.

É preocupante saber que 30% dos professores municipais de São Paulo, estão afastados por motivo de doenças, estão doentes. Parece que a profissão de professor acaba com a saúde. Não podemos desconsiderar esses dados alarmantes e não podemos deixar de enxergar que a falta de saúde do professor estar intrinsecamente ligada ao excesso de trabalho e a falta de valorização salarial, profissional e social destes profissionais.

                        A autora da matéria, afirma que já esteve na Suíça e lá às pessoas se orgulham em afirmar que a profissão de professor entre os demais profissionais era a que recebiam os mais altos salários.
                        Aqui no Brasil é o inverso, a maioria dos professores trabalha pela mais básica sobrevivência e estão entre os mais mal pagos do pais.

A autora afirma que sente vergonha pelo Brasil, sente vergonha por aqueles que elegemos para, inclusive, modificar este estado de coisas e nada fazem.

                        Dulce diz que como professora palestrante, recebeu por palestras um obrigado e um aperto de mão. Descobriu, mais tarde, que outros palestrantes dos mesmos eventos pelo fato de serem empresários, engenheiros... Qualquer coisa, menos professores, tinha recebido um alto "cachê".

E pergunta, alguém convidaria um ator, um advogado, um treinador de futebol... para fazer uma conferência,supondo que ele trabalharia de graça? Mas é suposto (faz parte de nossa cultura!) que um professor o fará.

                         Até quando o professor vai continuar sendo um fazedor de milagre, um bóia-fria da educação. Saco vazio não fica em pé!

                         Ela afirma que muitos dos seus alunos de pós-graduação são professores da rede pública. Sempre cansados, exauridos. Eles têm sono, falta dinheiro para pagar "Xerox" e livros, alimentação precária, dependem de bolsas de estudo para continuar seus cursos e sua qualificação. E ainda tem família para sustentar. São batalhadores. Amam sua profissão, mas são vítimas dela.

                            Quando é que o professor vai ser tratado com dignidade e respeito em nosso pais?

                            Opressão e depressão (um dos mais corriqueiros transtornos psiquiátricos atuais) caminham juntas. No caso do professor, a opressão também inclui responsabilidade. Diante de um aluno, o professor não tem apenas a necessidade de saber sobre a matéria que leciona. Ele é um ser humano diante do outro. É um exemplo fundamental.

E mais, ele é um dos profissionais que mais lidam com o futuro. Os seus alunos de hoje serão os profissionais do amanhã. E o futuro do pais depende desses profissionais.É por isso que dizemos que o futuro de uma nação está nas mãos de seus professores.

                          Essa situação de descaso vivida e sentida pelos educadores aumenta mais ainda com o nível de violência vivido atualmente nas escolas. Sabe-se hoje que o professor é um dos profissionais que mais correm risco de vida.
              
          O professor sofre também com a sua falta de valorização social. Diz-se que quem vai ser professor é aquele que não conseguiu ser outra coisa, aquele que não conseguiu arranjar outro emprego melhor.

Os professores deveriam ser os profissionais mais bem pagos, os mais valorizados, os mais bem atendidos social e politicamente e os mais bem preparados.

                        O resultado desta pesquisa do DSS mostra que a educação pública ( estadual e municipal) no São Paulo vai muito mau.

É preciso um grande movimento da população paulista para defender e resgatar a dignidade salarial, profissional e social de seus professores.

                       Nós cidadãos devemos ter consciência de que os problemas da educação e dos professores são problemas nacionais e pela importância devem ser tratados prioritariamente.

Paulo James Queiroz Martins

Representante da APEOC em Maranguape

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Postado por Paulo James Queiroz Martins às 06h15min

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

                   
              SERRA DEGENERRA E DESVALORIZA A EDUCAÇÃO

                 Sem material, professores da rede pública estadual de São Paulo "fazem milagre" para lecionar. Falta até lápis.
Os materiais fornecidos por SERRA para os alunos são insuficientes, obrigando os docentes a reunir alunos, reutilizar e a reaproveitar materiais. Professores em São Paulo faz milagre, um lápis vira dois, as coisas se multiplicam
            
                 Cristina, professora de biologia da rede pública de São Paulo afirma que vive juntando borracha, caneta e lápis para levar para escola e emprestar aos alunos. SERRA oferece apenas 40% da infra-estrutura e dos materiais necessários para realização das atividades nas escolas. Os 60% faltantes são complementados pela criação e esforço pessoal de cada professor da rede.

               Paula, professora de Língua Portuguesa, afirma que o governo de São Paulo (SERRA) não investe no professor, não prepara o professor para o mundo moderno.

               Professores reclamam também dos baixos salários, sem reajuste para a maioria. Afirmaram para Rede Brasil Atual que a atual progressão continuada, a falta de infra-estrutura e os baixos salários são os principais problemas da categoria em São Paulo.

               Tomé Ferraz, professor de física e matemática, das redes estadual e municipal de São Paulo, comenta que o governo de São Paulo (SERRA) sobrecarrega o professor e culpa os professores pelas mazelas da educação. Diz ele, que depois de 28 anos de magistério, com mestrado em Física Quântica, ele ganha R$ 500,00 da rede pública estadual, somando com o salário ganho na escola municipal, alcança remuneração de R$ 2.200,00 por 40 horas semanais. Declara Tomé, que o professor têm a pior remuneração entre as carreiras de nível superior.

                O salário que o professores de São Paulo recebe é um SALÁRIO DE BARBEIRO, não é um salário para um professor do maior estado da federação. Ele compara o salário de um professor ao salário de seu próprio cabeleleiro. "No estado de São Paulo, à hora-aula é de R$ 7,58, enquanto o seu barbeiro ganha R$8, 00, por corte de cabelo de 15 minutos. Em uma hora de trabalho, um cabeleleiro ganha R$ 32,00 e o professor R$ 7,58. É um descalabro salarial. Morando na capital, declara ele, que com este salário não dá para sobreviver.

                 Outro professor denunciou a falta de investimento na qualificação dos professores. Ele revela que tem mestrado, fez cursos na PUC e na USP, ele afirma que para o estado ele é considerado incompetente, pois não evoluiu na carreira há oito anos. A obtenção do seu mestrado não foi computada para efeito salarial.

                 Como professor, recebeu medalha de ouro e a comenda do mérito educacional "Professor Paulo Freire". "O estado de São Paulo não valoriza a formação do professor e nem oferece oportunidade para isso. Em oito anos, nenhum curso na área de física foi oferecido, cita. Quando a secretaria estadual de educação oferece qualificação tem de ser feita fora do horário de aula, mas o professor com carga extrema de aula, como fica, então? suscita.

                 Para outra professora chamada Paula, o salário do professor do estado de São Paulo é uma vergonha. Tem professor com 20 anos de magistério que ganha R$1.500,00. E tem alunos que ganham isso em trabalhos elementares, revolta-se.Estamos há 10 anos sem aumento,protesta.

                 Há dois anos, o governo do estado (SERRA) criou, em lei aprovada na Assembléia Legislativa, um mecanismo que permite evitar reajuste. A Secretaria de Educação promove uma política de aumentos conforme o desempenho em provas de avaliação do professor e o de seus alunos. Apenas 20% dos profissionais são contemplados com a correção salarial, enquanto os demais mantêm os mesmos rendimentos.Tem professor que ministra aulas no estado, na prefeitura e na rede particular. Aí trabalha demais e não tem como preparar uma boa aula mesmo, sentencia Paula

                 Com remuneração deficitária, sem condições materiais e de trabalho, os professores de São Paulo são atacados pelo desânimo, que neste caso é inevitável.

                  Rosana Almeida, professora de sociologia da rede pública estadual defende a tese de que "desacreditar "o professor é uma forma de não questionar a incapacidade de o estado gerir a educação é uma forma de terceirizar uma área que deveria ser essencial. A docente passou em todas as provas estabelecidas pelo governo estadual e em concurso público, mas até hoje não conseguiu ser efetivada. Ela está revoltada e decepcionada com os rumos da educação.

                   Em função dos baixos salários, da falta de condições de trabalho e de vida, os professores estão em extinção. Professor em São Paulo, no governo do SERRA é sinônimo de aperto financeiro, a maioria dos educadores não consegue pagar as suas contas.

                    Este artigo está baseado em dados de matéria publicada na revista Carta Capital de16/09/2010(“Sem material, professor “faz milagre” em SP”

           Paulo James Queiroz Martins

Representante da APEOC em Maranguape



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quinta-feira, 7 de outubro de 2010

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DA FALTA DE PROFESSORES NO CEARÁ E NO BRASIL


Varias são as causas e os motivos que ocasionam a falta de professores nas redes públicas da educação básica em todas as disciplinas, principalmente Matemática, Física e Química.

Um dos principais motivos da carência, da falta de professores nas redes públicas estaduais e municipais é a falta de concurso público com periodicidade e amplitude necessárias para suprir estas carências toda vez que a carência de professores na rede estadual ultrapassar os 10% do seu total, como manda a Lei.

Atualmente existe um número alarmante de professores temporários, chegando a mais de 300 mil professores contratados temporariamente, precariamente. Destes, 45% são da rede de ensino estadual do Ceará, 53,5% da rede estadual de Minas Gerais, 48,8% da rede estadual de Mato Grosso e 47% são da rede estadual de São Paulo.

Aqui no Ceará, apesar de ter sido feito um concurso público recentemente e terem sidos nomeados 3.068 professores aprovados e considerados aptos para lecionarem, ainda permanece 8.189 professores temporários na rede estadual do Ceará, o que corresponde a 34% do total de professores da rede.

E como agravantes desta situação 20% desses temporários não possuem habilitação de nível superior e a sua remuneração, o seu salário está entre os seis piores salários do Brasil.

Enquanto em Brasília, um professor ganha R$ 16,13 por hora-aula, aqui no Ceará o valor da hora-aula é R$ 6,63.

Este é um quadro caótico que denigre a vida profissional do educador.

Essas formas de contratações temporárias, feitas de formas variadas, mudando de ano para ano, provocando uma rotatividade dos docentes entre as diversas unidades escolares, promovendo o estresse e a insegurança total desses profissionais.

A atuação do professor em diversos turnos, de modo a compor a sua jornada de trabalho, assumindo em muitos casos um total de 500 alunos ou até mesmo 1.000 alunos em diversos turnos, tem tornado o seu trabalho extremamente desumano e desgastante. Somando-se a isso, o elevado número de alunos em cada sala de aula e as condições sofríveis e precárias de trabalho.

Os professores de todo o Brasil deveriam ser encarados como profissionais qualificados e valorizados, como cidadãos, pai e mães de família que necessitam e devem fazer jus a um salário digno.

Infelizmente são tratados pelos governantes como bóias-frias da educação, em sua grande maioria, trabalhando sem as menores condições de trabalho e pela mais básica sobrevivência.

Apesar dos professores serem os profissionais mais necessários para uma nação, preparando o seu povo para o trabalho e para o exercício da cidadania eles são extremamente massacrados.

É triste, é ridículo saber que estes profissionais estão entre os mais mal pagos e desvalorizados deste país, com seus direitos trabalhistas negados e usurpados.

Infelizmente, as péssimas condições de vida, trabalho e salário tem provocado a migração de professores para outras profissões.

Recentemente a indústria e o setor de serviços, em expansão, têm oferecido novas oportunidades, com salários mais dignos, para os profissionais de nível superior nas áreas de Ciências e Exatas.

A Carreira do Magistério, tal como está constituída hoje na maioria das redes de ensino não é atrativa e nem oferece atrativos para nenhum profissional. Sua base salarial é extremamente baixa, ainda mais agora, com o entendimento do Supremo Tribunal Federal, que entende O Piso Salarial Profissional do Magistério como sendo a soma de todas as gratificações, limitando os mecanismos de evolução e castrando os níveis salariais.

Necessário se faz; construir uma carreira atraente para o Magistério, com evolução profissional e salarial de modo a valorizar o trabalho do educador em sala de aula, permitindo o avanço aos níveis salariais mais elevados sem deixar de ministrar aulas para assumir outras funções como o de diretor de escola ou supervisor de ensino.

Sabemos que não existe processo educativo sem o professor. Ele é o centro de todo o processo educacional, e para garantir o ensino de qualidade necessário se faz uma política de valorização social, salarial e profissional do magistério

     Paulo James Queiroz Martins
      Representante da APEOC em Maranguape

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A REALIDADE DO PISO DO PROFESSORES

Apesar da Lei 11.738, a lei do Piso Salarial dos Professores, comemorar dois anos de idade em junho deste ano,ela é totalmente desobedecida pela maioria dos municípios e estados do país.Para que esta lei seja obedecida é preciso que muitos nós sejam desatados e muitas contradições sejam esclarecidas.


A lei do piso prevê um salário base de R$950,00 para os professores, diretores, coordenadores, inspetores, supervisores, orientadores e planejadores escolares, salário esse que deveria ser reajustado em janeiro de 2009 e de 2010.

A partir daí formou-se a primeira confusão, o primeiro nó e o primeiro entrave para o não pagamento do piso. O MEC calculou os reajustes do piso em 0% em 2009 e 7,86% em 2010. O valor atual e oficial do piso é de R$ 1.024,51. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) reivindica R$ 1.312,85. Esta diferença é explicada nos meandros da lei.

O Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta a uma ação movida por cinco governadores contra a lei do piso, entre eles, o governador do estado do Ceará (Cid Gomes) e os governadores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e do Mato Grosso do Sul. Em resposta a esta ação o STF determinou que o valor do piso deveria ser cumprido a partir de janeiro de 2009,independentemente da decisão final da ADIN(que ainda não foi tomada).

Deste modo os estados e o MEC entenderam, interpretaram que a lei passaria a valer a partir desta dada (janeiro 2009) e que o piso não receberia o ajuste previsto no documento (lei do piso).

Para Roberto Leão, Presidente da CNTE, esta análise da lei do piso feita pelos estados e pelo MEC é totalmente equivocada, e diz que eles cometeram um erro grave, quando desconsideraram esse reajuste previsto na lei. Para ele o MEC errou novamente quando fez o reajuste do piso em janeiro de 2010 baseados no custo-aluno do Fundeb do passado e não em perspectiva futura como determina a lei.

Já, o presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME),Carlos Eduardo Sanches,concorda com o valor adotado pelo MEC e pelos estados,alegando ele,a baixa capacidade orçamentária e financeira dos municípios para arcar com o pagamento do piso.Esqueceu ele, que a lei do piso garante o repasse de recursos financeiros pela União para complementar o pagamento do piso salarial dos professores,caso o município ou estado não tiver condições de arcar com o pagamento do piso.

Porém, para que esta complementação de recursos seja efetivada pela União é preciso que as administrações municipais que não tiverem condições de pagar o piso aos seus professores apresentem contas regularizadas e planilhas detalhadas dos gastos com a educação e provem que não tem condições, que não têm dinheiro necessário para aumentar o salário de seus professores e se encaixem nos critérios exigidos pelo governo federal. Porém as maiorias das prefeituras estão com suas contas irregulares ou com improbidade administrativa. Não podendo ou não conseguindo provar que não têm dinheiro necessário para pagar o piso salarial dos professores.

Existe hoje a disposição das prefeituras que precisam de verbas para complementação do pagamento do piso a importância de 700 milhões de reais.

Cristovam Buarque, senador (PDT) e autor da lei do piso, declarou enfaticamente ao Jornal Folha de S. Paulo, em março deste ano que, se fosse verba para obras, os prefeitos viriam correndo em busca desta verba.O problema é que ninguém inaugura professor ou aluno.

Mozart Ramos, presidente-executivo da Campanha Todos pela Educação afirma que a baixa arrecadação de muitos municípios, especialmente das regiões norte e nordeste impedem esses municípios de se enquadrarem nos critérios do MEC. Afirma ele que os pré-requisitos são extremamente burocráticos,deste modo os municípios têm dificuldades de cumprir as exigências,tornando praticamente impossível receber o benefício.

Já, o secretário-executivo do MEC, Francisco das Chagas Fernandes, vê a peneira rigorosa como um ponto positivo. ”Com certeza muitos municípios vão ter dificuldades, mas as regras do piso servirão até mesmo para que muitos municípios organizem melhor os seus gastos.

O que se observa é que, o déficit orçamentário e as diferentes interpretações da lei do piso têm provocado uma disparidade total na folha de pagamento dos professores da educação básica do Brasil.Enquanto estados como o Rio Grande do Sul R$ 862,80,São Paulo paga R$ 1.950,00 aos professores com 40 horas/semanais,sendo que 90% deles graduados no ensino superior,com reajuste negociado que aumentará o valor para R$2.200,00.Para os professores que tem nível médio,o piso para 40 horas passará a ser de R$1.821,12.

Sabemos que a realidade dos outros estados brasileiros está longe da realidade de São Paulo.Pois para alcançar o valor do piso,a maioria das administrações públicas se apóiam na interpretação dúbia ou em outras brechas da lei.A lei do piso não especifica com todas as palavras,por exemplo,que as gratificações não podem fazer parte do salário,mas para um bom entendedor,esta claro,porque piso é um valor absoluto,único,um salário inicial.Incluir gratificações no valor do piso,contraria o princípio de piso.A lei do piso determina que o salário-base vale como valor inicial e este salário deve evoluir com o plano de carreira.

Embora a lei do piso determine que o salário inicial é válido para a jornada de,no máximo,40 horas semanais,quase todos os municípios e estados decidiram excluir as palavras”no máximo”e estabeleceu que o piso vale apenas para 40 horas por semana e nada menos,desconhecendo a regra da proporcionalidade e os valores proporcionais as horas trabalhadas.

Entenda a lei e suas controvérsias:

Os beneficiados são os profissionais do magistério público da Educação Básica (educação infantil, ensino fundamental e médio) com formação em nível médio.

O valor do piso é de R$ 950,00 pela lei, com reajuste em 2010 para R$1.024,51, calculado pelo MEC e de R$ 1.315,85 pela CNTE. Este salário base deve ser aplicado no início da carreira e aumenta de acordo com o plano de carreira. O dinheiro para o pagamento deste piso vem da arrecadação municipal/estadual, mas as administrações podem pedir recursos adicionais junto à União.

PAULO JAMES QUEIROZ MARTINS

REPRESENTANTE DA APEOC EM

terça-feira, 13 de julho de 2010

 ELEITOR BRASILEIRO PRIORIZA VALORIZAÇÃO  DO   MAGISTÉRIO

Em pesquisa qualitativa, realizada com eleitores de todo o país pelo Ibope no dia 17 de junho de 2010, revela que a população brasileira, clama e pede que a valorização do magistério seja a principal política educacional a ser efetivada pelo estado brasileiro.

A pesquisa mostra que 46% da população reivindicam essa medida, 29% reivindicam melhoria dos equipamentos das escolas existentes, 28% reivindicam a criação de escolas profissionalizantes, 28% reivindicam segurança nas escolas, 26% reivindicam ampliação das redes escolares públicas e finalmente 26% reivindicam a melhoria da capacitação dos trabalhadores da educação. Em 1999, em uma pesquisa realizada pela CNTE, denominada de Retrato da escola, onde estas constatações já eram verificadas. 50% dos entrevistados nesta pesquisa acharam muito baixos os salários dos profissionais da educação e reivindicaram também a melhoria na qualidade do ensino público, desde a infraestrutura até a formação continuada dos trabalhadores da educação pública.

O presidente Lula ouvindo a categoria e o povo já deu o grande exemplo de valorização do magistério brasileiro quando deu o piso salarial dos professores através da Lei 11.738 e quando construiu várias escolas técnicas em todo o Brasil.

Infelizmente o nosso grande presidente Lula é boicotado pela maioria dos governadores e prefeitos de todo Brasil,quando se negam a pagar o piso salarial aos seus professores,mesmo sabendo que o dinheiro não é problema, pois o presidente Lula garante o repasse de complementação de recursos aos municípios que não tiverem condições de pagar o piso.

Teve até alguns governadores, inclusive o do Ceará, Cid Gomes, que entraram no Supremo com uma Ação direta de inconstitucionalidade (ADIM) contra o piso dos professores. Esses governadores deveriam enxergar que inconstitucional é o baixo salário dos professores e a corrupção desenfreada instalada em nosso país.

É preciso que as administrações estaduais e municipais de todo o Brasil implantem e paguem urgentemente o piso salarial dos professores, de modo que a Lei 11.738(PISO DO MAGISTÉRIO) seja respeitada, de modo a corrigir as injustiças cometidas com os nossos educadores, que eles sejam realmente valorizados com o piso salarial digno e com um plano de cargos e carreira, com carreiras devidamente estruturadas e dignas para o bom desempenho da profissão.

Estas pesquisas mostram que o povo já conhece a situação salarial caótica em que se encontram os educadores brasileiros, e sabem que é preciso que os políticos que administram os estados e os municípios brasileiros quitem imediatamente está dívida histórica com o magistério brasileiro. Pois somente deste modo é possível garantir um desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental sustentável. Sem valorizar o educador jamais se terá uma educação de qualidade.

É preciso seguir os exemplos de outros países, onde a valorização do magistério é priorizada, como é o caso da Finlândia. Segundo Reijo Laukkanen,um dos membros do Conselho Nacional da Educação da Finlândia,que deixou os ouvintes estupefatos,de boca aberta na 17º edição da Educador Educar.Tudo porque relatou que,em seu país,é preciso ter mestrado para lecionar,desde a educação infantil.O conselheiro disse que os bons resultados do Pisa é obtido através de uma conjunção de políticas,como investimento em formação,valorização e a liberdade docente.E lembrou que o bom desempenho finlandês na educação não pode ser associado à adoção de tecnologias nas escolas,já que o país ainda discute caminhos para inserir o aparato tecnológico em sala de aula.



Paulo James Queiroz Martins

Representante da APEOC em Maranguape









quarta-feira, 3 de março de 2010

SEM VALORIZAÇÃO NÃO HÁ SOLUÇÃO PARA O MAGISTÉRIO

Em entrevista publicada na Revista Escola Pública Nº 13 janeiro/fevereiro 2010-editora segmento, Mozart Ramos Neves, presidente executivo do Todos pela Educação, movimento surgido no seio de organizações empresariais com o intuito de introduzir a gestão por metas no âmbito das políticas públicas educacionais, tem como questão central das políticas públicas no Brasil a carreira docente.
Defende a valorização docente como pré-condição para decolagem definitiva do setor educacional. É uma prioridade da nação. Não é uma prioridade de secretarias ou do Ministério da Educação. Sem essa valorização, o país corre o risco de perder oportunidades que estão se abrindo no plano da economia. Elege a valorização do professor como ponto central da gestão da Educação Brasileira.

Diz ele: se o Brasil não resolver o problema da valorização do professor, não vai resolver nenhum outro problema da qualidade da educação. Para valorizar o professor há quatro eixos que devem ser resolvidos dentro de uma pauta de prioridades de nação, e não de prioridades de secretarias ou do Ministério da Educação. São eles: salário inicial atraente para seduzir os jovens de talento, é assim que a Finlândia, Coréia e outros países fizeram; carreira docente, para dar perspectiva de médios e longos prazos, a formação docente, inicial e continuada, que é o oxigênio necessário para que ele se conduza ao longo da sua formação; e, por fim as condições de trabalho, pois é preciso haver um clima que permita ao professor dar sua aula, sem tráfico, arrombamento, agressão, violência, fatores que ninguém agüenta. Não são questões apenas da educação, é um trabalho multifacetado, que vai exigir um trabalho de toda a sociedade.

Em relação ao salário inicial e atração de talentos, estudo feito por ele, em quatro universidades federais: Pernambuco, Rio Grande do Sul, Ceará e Minas Gerais. Pegou-se-se as notas mínimas para entrar em medicina, direito, nos cursos que pegam 35% dos alunos mais bem preparados do ensino médio,e as notas mínimas para entrar nas licenciaturas,em que estão os 35% menos preparados do ensino médio. Há um hiato enorme. Para entrar em medicina na Federal de Pernambuco em 2009, a menor nota foi 8,29. Para licenciatura de matemática, 3,25. É essa a situação.

Quanto à formação. Para ele a Universidade não conhece a escola pública e,ao mesmo tempo,forma gente para algo que ela não conhece.É preciso que haja um acompanhamento paripassu, inclusive com residência docente.O que está acontecendo atualmente é uma formação chata ,desacoplada da Educação Básica,o professor sai da universidade vendo dois mundos diferentes.

Temos um déficit de 250 mil professores na Educação Básica, aferido num trabalho que fizemos no Conselho Nacional de Educação. O que se observa hoje é que, apesar de estarmos formando gente, o déficit está crescendo, porque há uma expansão e gente se aposentando. Não estamos conseguindo repor nem o que temos hoje, pode ser que o buraco esteja se ampliando. Precisaríamos ter estratégias que nos permitam avançar: o ideal é que o ensino a distância fosse voltado à formação continuada. Por outro lado, considerando o tamanho continental do Brasil, as dificuldades de acesso, de gente, de faculdades, a Universidade Aberta do Brasil, se bem monitorada, supervisionada do ponto de vista da qualidade, e isso eu temo, pois o estado brasileiro nunca foi tão bom para monitorar e supervisionar. Pode ajudar a fechar o buraco que está aí e precisa ser preenchido.

O grande problema do Brasil é que, por exemplo, dos professores que dão aula de física, só 25% tiveram formação na área: em química, apenas 38%.

Você imaginou ir a um hospital para fazer uma cirurgia e alguém dizer: olha, cirurgião nós não temos, mas tem um advogado muito bom... Na saúde, ninguém aceitaria isso. Na escola, se não tem professor de química, vai um de geografia dar aula de química.

Mozart Ramos Neves é o atual presidente-executivo do movimento Todos Pela Educação, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (1996-2003),ex-secretário estadual da educação de Pernambuco(2003-2006).Detentor de prêmios internacionais recebidos na França ,Itália e Inglaterra.Professor de química nos cursos de graduação e pós-graduação da UFPE .



PAULO JAMES QUEIROZ MARTINS

REPRESENTANTE DA APEOC EM MARANGUAPE



quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

MAGISTÉRIO UMA PROFISSÃO DESVALORIZADA E EM EXTINÇÃO

Segundo estudo e pesquisa encomendado pela Fundação Victor Civita (FVC) à Fundação Carlos Chagas (FCC) que ouviu 1501 alunos de 3º ano em 18 escolas públicas e privadas de oito cidades, teve o patrocínio da Abril Educação,do Instituto Unibanco e do Itaú BBA. Este estudo e esta pesquisa foram publicados na Revista Nova Escola Nº. 229 Janeiro / fevereiro / 2010. Tal estudo e pesquisa nos revela dados preocupantes sobre a carreira docente

710 mil é o déficit de professores nas séries finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio no Brasil. 55% das vagas nos cursos de pedagogia e formação de professores estão ociosas. A evasão nestes cursos chega a 34%. Só 2% dos alunos entrevistados nesta pesquisa pretendem cursar pedagogia ou alguma licenciatura, mostrando que a carreira do magistério é pouco cobiçada por alunos das redes pública e particular. 1/3 dos jovens pesquisados pensou em ser professor, mas desistiu.
Alguns alunos quando entrevistados responderam: Se eu quisesse ser professor, minha família não ia aceitar, pois investiu em mim. É uma profissão que não dá futuro. Outro respondeu: Se por acaso você comenta com alguém que vai ser professor, muitas vezes a pessoa diz algo do tipo: Que pena, meus pêsames! Esta pesquisa mostra que o magistério é escolha de poucos. Os motivos da baixa atratividade e da baixa procura da carreira docente são: A desvalorização salarial e social, a rotina extremamente desgastante, estressante e violenta da sala de aula amedrontam e afugentam professores em potencial.

Esta pesquisa revela que 47% dos professores foi xingado, 29% viu algum tipo de arma,11% sofreu alguma Violência física e 8% foi roubado. A OIT (Organização Internacional do Trabalho) considera a profissão de professor como uma das mais perigosas e com maior incidência de doenças derivadas do trabalho. A questão salarial do professor em nosso país é desumana, degradante e desvalorizante. Comparando o salário inicial do professor da Educação Básica com o sálario inicial das demais profissões de nível superior, obtém-se o seguinte quadro salarial comparativo: Dentistas R$ 3.322,00; Advogados R$ 2.389,00; Jornalistas R$ 2.852,00; Farmacêuticos R$ 2.212,00; Arquitetos R$ 2.018,00; Enfermeiros R$ 1.751,00; Biólogos R$ 1.719,00; Professores R$ 927,00. Observa-se que a docência é a profissão de nível superior, mais desvalorizada, que ostenta as piores médias salariais do país.
A profissão de professor, no ranking salarial das profissões de nível superior ocupa a posição de lanterna. Se nos outros estados está assim, imaginem no Ceará, onde o professor percebe o 6º pior salário do país. O painel de especialistas organizado pela Fundação Victor Civita aponta caminhos para a profissão de professor ficar atrativa:

1- Oferecer salários iniciais mais altos de modo a devolver a dignidade e a auto-estima dos educadores;

2- Propor bons planos de carreira ( mantendo, recuperando e ampliando conquistas );

3- Melhorar as condições de trabalho, tanto à estrutura material da escola e a dinâmica no ambiente escolar,onde violência é um dos problemas mais graves, recuperação e melhoria da infra-estrutura, preparação adequada de gestores e professores, melhor envolvimento com a comunidade de modo que todos aprendam e respeitem o papel social da escola e do seu espaço;

4- Da ênfase as dificuldades da sala de aula na formação em serviço;

5- Melhorar a formação inicial do professor ( mais espaço nos currículos da graduação da educação para as didáticas específicas );

6-Resgatar o valor do professor na sociedade reconhecendo o seu valor e o seu trabalho;

7-Tratar o professor como um profissional e não como um fazedor de milagres.
A docência não deve ser um sacerdócio, não é um voluntariado e tão pouco professor é tio. São expressões usadas para debochar, desvalorizar o professor.
O professor tem que ser reconhecido como um profissional qualificado e como a mais nobre das profissões, portanto merece ser tratado com respeito e dignidade e ter um salário justo.
Como afirma, o psiquiatra Augusto Cury, em seu livro, Treinando as Emoções para Ser Feliz: A esperança do mundo está sobre os ombros da educação. Entretanto, a mais nobre das profissões tem se tornado uma usina de estress.
PAULO JAMES QUEIROZ MARTINS

REPRESENTANTE APEOC MARANGUAE