sexta-feira, 22 de outubro de 2010

                   
              SERRA DEGENERRA E DESVALORIZA A EDUCAÇÃO

                 Sem material, professores da rede pública estadual de São Paulo "fazem milagre" para lecionar. Falta até lápis.
Os materiais fornecidos por SERRA para os alunos são insuficientes, obrigando os docentes a reunir alunos, reutilizar e a reaproveitar materiais. Professores em São Paulo faz milagre, um lápis vira dois, as coisas se multiplicam
            
                 Cristina, professora de biologia da rede pública de São Paulo afirma que vive juntando borracha, caneta e lápis para levar para escola e emprestar aos alunos. SERRA oferece apenas 40% da infra-estrutura e dos materiais necessários para realização das atividades nas escolas. Os 60% faltantes são complementados pela criação e esforço pessoal de cada professor da rede.

               Paula, professora de Língua Portuguesa, afirma que o governo de São Paulo (SERRA) não investe no professor, não prepara o professor para o mundo moderno.

               Professores reclamam também dos baixos salários, sem reajuste para a maioria. Afirmaram para Rede Brasil Atual que a atual progressão continuada, a falta de infra-estrutura e os baixos salários são os principais problemas da categoria em São Paulo.

               Tomé Ferraz, professor de física e matemática, das redes estadual e municipal de São Paulo, comenta que o governo de São Paulo (SERRA) sobrecarrega o professor e culpa os professores pelas mazelas da educação. Diz ele, que depois de 28 anos de magistério, com mestrado em Física Quântica, ele ganha R$ 500,00 da rede pública estadual, somando com o salário ganho na escola municipal, alcança remuneração de R$ 2.200,00 por 40 horas semanais. Declara Tomé, que o professor têm a pior remuneração entre as carreiras de nível superior.

                O salário que o professores de São Paulo recebe é um SALÁRIO DE BARBEIRO, não é um salário para um professor do maior estado da federação. Ele compara o salário de um professor ao salário de seu próprio cabeleleiro. "No estado de São Paulo, à hora-aula é de R$ 7,58, enquanto o seu barbeiro ganha R$8, 00, por corte de cabelo de 15 minutos. Em uma hora de trabalho, um cabeleleiro ganha R$ 32,00 e o professor R$ 7,58. É um descalabro salarial. Morando na capital, declara ele, que com este salário não dá para sobreviver.

                 Outro professor denunciou a falta de investimento na qualificação dos professores. Ele revela que tem mestrado, fez cursos na PUC e na USP, ele afirma que para o estado ele é considerado incompetente, pois não evoluiu na carreira há oito anos. A obtenção do seu mestrado não foi computada para efeito salarial.

                 Como professor, recebeu medalha de ouro e a comenda do mérito educacional "Professor Paulo Freire". "O estado de São Paulo não valoriza a formação do professor e nem oferece oportunidade para isso. Em oito anos, nenhum curso na área de física foi oferecido, cita. Quando a secretaria estadual de educação oferece qualificação tem de ser feita fora do horário de aula, mas o professor com carga extrema de aula, como fica, então? suscita.

                 Para outra professora chamada Paula, o salário do professor do estado de São Paulo é uma vergonha. Tem professor com 20 anos de magistério que ganha R$1.500,00. E tem alunos que ganham isso em trabalhos elementares, revolta-se.Estamos há 10 anos sem aumento,protesta.

                 Há dois anos, o governo do estado (SERRA) criou, em lei aprovada na Assembléia Legislativa, um mecanismo que permite evitar reajuste. A Secretaria de Educação promove uma política de aumentos conforme o desempenho em provas de avaliação do professor e o de seus alunos. Apenas 20% dos profissionais são contemplados com a correção salarial, enquanto os demais mantêm os mesmos rendimentos.Tem professor que ministra aulas no estado, na prefeitura e na rede particular. Aí trabalha demais e não tem como preparar uma boa aula mesmo, sentencia Paula

                 Com remuneração deficitária, sem condições materiais e de trabalho, os professores de São Paulo são atacados pelo desânimo, que neste caso é inevitável.

                  Rosana Almeida, professora de sociologia da rede pública estadual defende a tese de que "desacreditar "o professor é uma forma de não questionar a incapacidade de o estado gerir a educação é uma forma de terceirizar uma área que deveria ser essencial. A docente passou em todas as provas estabelecidas pelo governo estadual e em concurso público, mas até hoje não conseguiu ser efetivada. Ela está revoltada e decepcionada com os rumos da educação.

                   Em função dos baixos salários, da falta de condições de trabalho e de vida, os professores estão em extinção. Professor em São Paulo, no governo do SERRA é sinônimo de aperto financeiro, a maioria dos educadores não consegue pagar as suas contas.

                    Este artigo está baseado em dados de matéria publicada na revista Carta Capital de16/09/2010(“Sem material, professor “faz milagre” em SP”

           Paulo James Queiroz Martins

Representante da APEOC em Maranguape



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